O Castelo Misterioso
Era uma vez uma floresta onde
havia um castelo esquecido por todos.
Esta floresta tinha muitas
plantas maravilhosas e era povoada por encantadores animais.
O castelo estava desabitado há
muitos séculos e por esse motivo, encontrava-se em avançado estado
de destruição. Era um castelo em ruínas. Todos os animais da
floresta faziam daquele castelo a sua habitação.
Certo dia, um rapaz que se
chamava João, andava a explorar a floresta, avistando o castelo, lá
no cimo da colina, aventurou-se com algum receio aproximar-se do
castelo.
Cuidadosamente, procurou uma
entrada e muito devagarinho foi avançando por todas aquelas salas
enormes.
Numa dessas salas, havia um
bonito pássaro esculpido na parede. Os olhos do pássaro eram duas
bonitas pedras preciosas que rapidamente chamaram a atenção do
rapaz. O João, encantado, tocou nos olhos do pássaro e como que por
magia, abriu-se uma porta secreta. A porta dava para umas escadas
muito estreitas que ele foi descendo e as escadas foram-se iluminando
com a luz de pirilampos que se encontravam nas paredes. Enquanto
descia, o João ouvia um rugido de aflição e qual não foi o seu
espanto, ao chegar ao fim das escadas! Estava um leão enleado numas
lianas que quase tapavam a saída.
Nas escadas estavam várias
armaduras de guerreiros antigos e o rapaz encheu-se de coragem e
armou-se em cavaleiro com uma delas e cortou as lianas usando uma
espada de cavaleiro.
O leão, agradecido, guiou-o a
uma encruzilhada de três caminhos já na parte exterior do castelo e
desapareceu na floresta. O João não sabia o que fazer, se voltar
para trás, se seguir um daqueles caminhos. Mas como era muito
curioso, escolheu o caminho do meio e foi caminhando até encontrar
uma grande clareira na floresta, onde tudo parecia diferente.
Rapidamente, observou alguns animais que por ali passeavam e alguns
deles eram muito estranhos: coelhos com orelhas de rato, ratos com
patas de coelho, pássaros com cabeça de rato, um lobo com cabeça
de elefante e uma girafa com juba de leão.
Ao ver estes animais, o João
ficou muito assustado e voltou para trás, fugindo a sete pés.
Chegou novamente à
encruzilhada, e ainda ofegante, decidiu-se pelo caminho do lado
direito. O caminho era muito escuro, húmido e frio. Tinha de andar
com muito cuidado, agarrando-se às paredes, para não escorregar nem
tropeçar, até que encontrou areia movediça. No centro estava um
livro muito grande, castanho com uns fios dourados. Era um livro
muito antigo e parecia mágico, pois estava a pairar sobre a areia
sem cair!
O João ao ver o livro,
decidiu ir buscá-lo, mas sabia que não era uma tarefa fácil.
Pensou em voltar para trás, mas como era curiosíssimo, lançou-se
ao livro, rebolando rapidamente pela areia movediça. Num instante,
ao agarrar o livro, foi engolido pela areia chegando a um portal
super luminoso! Olhou fixamente para o portal e agarrou o livro com
todas as suas forças, quando se soltou uma folha que foi cair aos
seus pés.
Ao ler a folha, apercebeu-se
que estava escrita numa língua antiga, que ele achava muito
esquisita. Enquanto tentava descodificar o que estava escrito, ouviu
um canto melódico, por uma voz doce de uma menina:
“Viajante do tempo
és tu que me vais ajudar?
Quando vires voar
Não percas tempo...
Não posso mais esperar”
Ao ouvir aquela voz,
sentiu-se feliz e triste, porque não sabia como encontrar a chave
que o levaria à menina. Nesse momento, rolou uma lágrima pelo seu
pequeno e frágil rosto. João pousou o livro no chão e a folha
solta rodopiou três vezes no ar e o livro abriu-se, deixando cair
uma chave grande e dourada.
O João pegou na chave que
brilhava intensamente e foi salvar a menina que, para ele, tinha a
voz mais doce do mundo! Quando se aproximou daquela porta mágica e
quis abri-la com a chave que brilhava cada vez mais, apareceu um
dragão com cinco cabeças que cuspia fogo para todos os lados.
Bastante assustado, o João recuou e pensou em desistir mas, como era
muito audaz, pôs-se a pensar como poderia passar por aquele enorme
dragão!
Mas como ia ser capaz, um rapazinho corajoso mas tão franzino ultrapassar aquele obstáculo?
A certa altura, apareceu um
ratinho que se aproximou do menino e lhe segredou aquilo que ele
tanto desejava saber: o paradeiro da tão misteriosa menina. O João
ficou entusiasmado, mas o dragão continuava lá a impedir a passagem
de quem quer que se atrevesse a entrar naquele lugar.
Já estava a anoitecer quando,
o rapaz já exausto, decidiu procurar um abrigo onde pudesse
descansar um pouco com o seu amigo ratinho.
Quando os primeiros raios de
sol entraram naquele esconderijo, o rapazinho e o seu companheiro de
aventuras acordaram muito sobressaltados. Eles não podiam perder
mais tempo! Logo, pensaram num plano para enfrentar aquele monstro
terrível.
De imediato, o ratinho pôs em
prática o plano combinado e avançou destemido e determinado a
enfrentar aquela criatura.
Não é que aquele
pequeno animal se aproximou daquele demónio e assustou-o?
O petiz nem queria acreditar
no que estava a acontecer. O dragão era medroso e tinha um grande
pavor de ratos!
Então, o João começou a
correr em direção ao portal e com a chave dourada conseguiu
abri-lo.
Ao abrir o portal encontrou a
menina que era a princesa, dona do castelo, que tinha sido
amaldiçoada por uma bruxa má. O dragão que guardava o portal,
era o animal de estimação da princesa que tinha também sido
amaldiçoado. A princesa e o dragão eram os guardiões da natureza.
Como eles eram os guardiões
da Natureza, o João pediu a todas as flores e animais do bosque que
o ajudassem. Então a Natureza, pediu às nuvens cinzentas do céu
que se transformassem numa grande chuvada e assim apagava-se o fogo
e quebrava-se o feitiço.
João já conseguiu
aproximar-se da linda princesa e de seguida procurou num livro a cura
para a sua maldição.
Quando o rapaz olhou para o
livro foi pesquisar a cura para a maldição e apercebeu-se que era
muito dificil seguir todos os passos para acabar com a maldição.
Não desistiu e tentou fazer o primeiro passo tendo conseguido.
Tentou o segundo mas falhou à primeira tentativa mas depois venceu a
dificuldade. O terceiro passo era muito dificil e ele resolveu ir à
biblioteca do castelo e procurar outro livro de magia. Quando
encontrou o livro que procurava , leu numa folha do livro que tinha
que cortar as cinco cabeças ao dragão para quebrar a maldição.
Voltou para trás para ir buscar outra armadura que era dourada e
tinha uma jóia mágica que dava poderes à espada. Assim conseguiu
completar o terceiro passo e no quarto passo, pediu ajuda à Natureza
que escolheu um animal para ajudar o João a derrotar o dragão. E a
Natureza escolheu...
… um caramujo!
O João não viu o caramujo
atrás dele e ao lançar um feitiço, olhou para trás, tropeçou e o
feitiço atingiu o caramujo que se tornou num caramujo lendário com
asas. Esse caramujo tinha poderes mágicos , voava muito alto e era
mais forte que o dragão.
O rapaz, ao ver aquilo,ficou
espantado. Não queria acreditar, esfregou os olhos e tentou ver de
novo, mas desta vez o caramujo já não estava lá.
De seguida apareceu a bruxa
que tinha amaldiçoado os guardiões da natureza e tentou amaldiçoar
o João, mas o caramujo apareceu de novo e refletiu a maldição para
a bruxa salvando o João.
Logo que o caramujo se
afastou, o João olhou para trás e só viu pó a cair pelo ar. De
repente apareceu um corvo com olhos de coruja que se transformava em
qualquer animal, esta ave era o animal de estimação da bruxa. O
corvo transformou-se então num gato fofinho para enganar o João e
levá-lo para uma armadilha, mas o menino como era muito esperto não
se deixou enganar. Partiu para o palácio e no salão fez uma festa e
convidou os amigos para viverem com ele e ajudarem-no. Quando chegou
o dia do seu aniversário, ele e a Natureza foram a uma sala secreta
e ouviram uma voz a vir de outro corredor. Foram espreitar e estava
uma caixa. A natureza ia abrir a caixa quando o João gritou :
- Para! Não abras, pode ser
uma armadilha.
O corvo apareceu olhou para o
João e de repente a caixa abriu-se. A bruxa saíu da caixa a rir-se
mas a Natureza conseguiu abrir a porta e a bruxa desapareceu e foi
para o seu covil.
O animal de estimação da
bruxa foi procurá-la na floresta mas não a encontrou ficando muito
triste e a chorar. O João ao vê-lo chorar lançou-lhe um feitiço
e ele parou de chorar e foi muito feliz para perto dele.
No caminho para o palácio o
João viu um lago na floresta, mergulhou e ficou tão espantado
porque a água era mágica e lá dentro estavam muitos caramujos com
asas. A bruxa desapareceu e foi para o seu covil acompanhada do
corvo e todas as maldições foram quebradas.
Agora o castelo começou a
transformar-se num castelo feito de diamantes com um jardim cheio de
flores onde viviam agora o João , a princesa e todos os seus
amigos.
TEXTO COLETIVO DE TODAS AS TURMAS DO 1º CICLO DO AGRUPAMENTO